NUVENS DE LÁGRIMAS
Nuvens de lágrimas
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Opinião Publicada em 6/12/2008 Gazeta de Piracicaba
Nuvens de lágrimas
Para milhares de desabrigados é hora de reconstruir, mas para um pouco mais de uma centena não há como fazê-lo nesta vida.
Se há culpados e ingenuidade por parte das autoridades e habitantes catarinenses, o fato é que nada será resolvido com críticas infundadas, nem mesmo com a solidariedade mediática. A irresponsabilidade é um tiro certeiro e se não houver prevenção, logo teremos o inverso do que ocorre no Nordeste.
As razões de causa têm efeitos diferentes para o choro compulsivo e inconsolável das nuvens. Houve, certamente, uma ação combinada entre o vento leste, que sopra arrastando a umidade transpirada do mar para o litoral catarinense, com formações de nuvens pesadas e um vórtice ciclônico, que funciona como um aspirador de pó sobre o oceano, puxando mais umidade e carregando a atmosfera.
Santa Catarina tem pequena variação de litoral e uma cadeia de montanhas, com alta densidade demográfica, além de uma bacia hidrográfica bastante densa, especialmente a do rio Itajaí-Açu, que apresenta pouca queda, que dificulta o escoamento da água para o oceano atlântico, pior, ainda, quando coincide com a maré alta.
A causa maior é falta de planejamento, de fiscalização sobre as ocupações irregulares das encostas, das várzeas dos rios, que não respeitam as restrições do uso do solo, de sua impermeabilização e do seu desgaste geológico.
Um relevo declivoso, quando habitado de forma imprudente, com grande concentração de submoradias destrói as matas naturais e o solo desnudo fica saturado e erosivo, quando ocorrem os grandes deslizamentos. Os habitantes acabam sendo vítimas da terra, dos tijolos, da lama, nem tanto da água.
O grande problema urbano é que a população de baixa renda é empurrada para a periferia, em razão do inchaço. Quem não tem opção, resolve arriscar a vida sob um teto mesmo inseguro e irregular, induzido pelos especuladores imobiliários.
Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, que vêm tendo problemas com as chuvas, numa época atípica, devem se adaptar às mudanças climáticas através de parâmetros urbanísticos mais rígidos para reduzir o impacto de acidentes naturais.
Pelo que se vê, não há vontade política de criar um plano habitacional sustentável, e, quem nega a fazê-lo predispõe essas áreas à movimentação gravitacional da água, com o severo agravamento no período chuvoso.
Neste sentido, o poder público – federal, estadual ou municipal -, deve exercer o seu papel, com base numa assessoria técnica e competente parcerias com as universidades, no aprofundamento de um estudo, com o objetivo de criar mapas geotécnicos, hidrológicos, de uso de ocupação dos solos e reconstituir, urgentemente, a vegetação. Após um mapeamento das situações de risco, é só impor um mecanismo fiscalizador, no sentido de coibir as atividades predatórias do meio físico e as formas de ocupações irregulares, até que seja possível promover uma reforma urbana mais digna, mais humana e mais justa.
João O. Salvador é biólogo da Cena (Centro de Energia Nuclear na Agricultura)- USP. E-mail: salvador@cena.usp.br
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MORRO DO BAÚ
Arquivo traz localização e fotos dos deslizamentos no Morro do Baú
Levantamento fotográfico Morro do Baú – Epagri-Ciram
O levantamento fotográfico feito no dia 5 de dezembro resultou num arquivo com os pontos e fotos dos deslizamentos no Morro do Baú. O arquivo está disponível no site da Epagri/Ciram (http://ciram.epagri.rct-sc.br). As informações e imagens constantes desse arquivo, geradas pela Epagri/Ciram, são de domínio público e poderão ser livremente utilizadas para estudos científicos ou outros fins lícitos.
Como utilizar o arquivo:
1 – Entre no site da Epagri/Ciram (http://ciram.epagri.rct-sc.br) para ter acesso ao arquivo.
2 – Clique duas vezes no arquivo, ele abrirá automaticamente o Google Earth, já com o zoom na área atingida.
3 – Cada ponto tem uma ou mais fotos associadas. Clicando no ponto, abrirá um hiperlink para foto, que deve ser clicado para abrir a foto no próprio Google ou no navegador.
4 – É necessário ter no computador o Google Earth para visualizar o arquivo. Quem não o tiver pode baixá-lo em http://earth.google.com.
não existe um culpado de tudo que esta acontecendo, a realidade é que a Biblia esta se cumprindo e a volta de Jesus esta proxima.