TRILHAS DE GUERREIR@S
Arautos do futuro nas pegadas das trilhas de guerreiros
Publicaremos aqui as diversas trilhas dos caminhos de guerreiros, segundo as mais diversas culturas e tradições que compõe esta enorme “colcha de retalhos” que dá forma ao conhecimento, e vida à sabedoria.
Desfrutem!
A palavra guerreiro significa coragem,
coragem para manter a paz.
Desejamos que nunca falte a coragem para manter a paz, a integridade e a coerência entre seus atos, palavras e sentimentos.
A Trilha do Guerreiro
na cultura Tibetana.
(resenha de uma palestra na Nova Acropole em 2007, com Prof.Talal Husseini, qualquer divergência, a responsabilidade é minha, por falta de compreensão adequada.)
Foi trazida ao conhecimento ocidental por Bodhidharma, que era um Nepalês – Tibetano, a cultura guerreira do Tibet esteve por milênios ocultada de qualquer civilização pelo simples fato de estar no `topo do mundo’ longe de qualquer outra civilização.
O Tibet é considerado o berço de toda cultura Guerreira conhecida, a palavra Guerreiro no Tibet é sinônimo de coragem, dizer guerreiro ou coragem é dizer a mesma coisa, coragem de travar a guerra no seu Ser interior. Também significa Honra, Cavalheirismo…
Na trilha guerreira é necessário um mestre guerreiro que o conduza, assim foi através dos tempos e assim será sempre, nenhum discípulo chega a seu Ser interno sem ajuda de um Mestre que o conduzirá pelo campo do três mundos; ou 3 vestíbulos, segundo HPB; ou a tríade conhecida por outras culturas, religiões e civilizações que são em síntese todas a mesma Tríade.
Só é possível chegar a seu Ser Interno com o auxílio de quem já alcançou, dizer que isto é possível sem a ajuda de um Mestre só demonstra o quão distante de seu Ser Interno a pessoa se encontra, tão distante que quando se dá conta que isto só é possível com a ajuda de um Mestre pode ser tarde ou estar correndo perigo, tão difícil é a trilha, porém deve o discípulo estar atento, pois nunca um Mestre se denominará como tal, é sim o discípulo que o toma como guia que lhe dá esta denominação por respeito ao aprendizado que tem.
Os 3 mundos no Tibet são denominados Lha / Nien / Lu que são na mesma ordem, céu / terra / homem, ou ainda, cabeça,/ estado psicológico / e unificação entre o céu e a Terra. Há que se manter uma postura, o guerreiro primeiro arruma a `casa’ aí está seu primeiro desafio, manter ordenada e limpa sua `casa’, mantendo uma conduta de harmonia entre seu corpo, o local que habita, e suas responsabilidades perante a sociedade em que está inserido, (é o que Carlos Castaneda chamava de Tonal organizado). Tudo é sagrado, nada é aleatório no corpo do guerreiro.
A primeira coisa que se tem que entender é que o guerreiro deve abrir seu coração, a trilha do guerreiro parte do principio da Bondade Fundamental, Fundamental porque está em tudo e em todos, a todo momento. Daí têm que na filosofia tibetana esta é a arte da não violência, pois a violência é tida como fruto da ignorância, ignorar a Bondade Fundamental existente, não reconhecer esta Bondade é o que gera a violência.
Portanto o guerreiro é cada vez menos violento e cada vez mais bondoso, pois sabe que a guerra é interior, mas o guerreiro também sempre vai lutar pela justiça, porém sabedor de que a maior guerra é a interior, e a que vai tornar cada vez menos necessária a violência.
Sobre a sincronização da Mente e Corpo, requer treinamento, foco, meditação, concentração desalienada. Da falta de sincronização entre
o corpo e a mente surge os estados de dúvida, quando não há dúvida há sincronia da mente e corpo.
Viver o Presente o Agora.
A memória é o passado, necessário para aprender, a imaginação é o futuro, necessária para realizar, porém o presente é o único instante em que é possível atuar, agir, e desta compreensão cria-se uma identidade, entre tempo, espaço e Ser.
Reconhecemos um guerreiro pelo seu estado de ALEGRIA, o guerreiro vive com alegria, pois reconhece a Bondade Fundamental em tudo e todos, este é o significado do Grande Sol do Leste no Tibet e também no Egito, é à saída do `casulo’ entendido por eles como covardia `covarde sem coragem’, é, portanto a saída da covardia, da inércia, da mecanicidade, da falta de luta pelo conhecimento, para a coragem.
O guerreiro busca o padrão infinito, que corresponde a não dualidade, ou viver acima da dualidade, no Tibet a magia é o viver acima da dualidade, e é chamada de Drala, existem 3 Dralas, o Drala externo, ou magia externa que só surge quando tudo está organizado, ordenado,limpo na vida do guerreiro, é a primeira e indispensável condição para adentrar-se nesta trilha.
O Drala interno é o próprio corpo, relacionado ao corpo do guerreiro, respirações, sincronia mente corpo, meditações e exercícios.
O Drala secreto que é o Poder Divino, que só surge depois dos outros dois Dralas ou magia, estejam em harmonia.
O guerreiro tem uma postura que difere da pessoa comum, é visível, em seu corpo, seus olhos, seus atos, seu caminhar e maneira alegre de encarar sua vida e desafios.
O guerreiro busca dominar as percepções que estão relacionadas com a consciência, não sem antes dominar as sensações que estão relacionadas com o seu próprio corpo físico e com os elementos existentes na natureza.
Elementos
Características das sensações que correspondem ao corpo físico.
Características da percepção que é uma faculdade da consciência.
Elementos / sensação / percepção
Éter / ouvir / Escutar
Fogo / olhar / Ver
Ar / cheirar /selecionar
Água / degustar /qualificar
Terra / tato / sentir
Para escutar não é necessário ouvir, mas só depois de reaprender a ouvir podemos reaprender a Escutar, para Ver não é necessário olhar, mas só depois de reaprender a olhar podemos reaprender a Ver e assim sucessivamente…
Todas as sensações são relativamente fáceis de compreender pois fazem parte do viver diário de cada Ser, mas a percepção que é uma faculdade da consciência precisa ser reaprendida, despertada, pois ao crescer esquecemos de que existem, por não ser tão óbvia como as sensações.
A ordem de compreensão é da terra para o éter, cada degrau é compreendido nesta ordem, tornando impossível atingir o Ver ou o Escutar (características perceptivas) antes de atingir a compreensão das características sensoriais.
O medo e o destemor do guerreiro.
Um homem que não domina seus medos não vai além. O medo porém é necessário e fundamental na trilha do guerreiro, a imobilidade causada por ele é que deve ser evitada, devemos ir além dos nossos temores e usá-lo como protetor, afinal é o medo que não nos permite pularmos a janela do 10º andar de um prédio, por exemplo, é um sinal de alerta do nosso corpo que reconhecendo as leis da gravidade inerentes á manifestação física, sabe que vai se estatelar no chão se acaso queiramos sair voando…..risos…. é só um exemplo simples, mas ilustrativo. É o medo que faz com que não queiramos sair do ventre materno e o destemor que faz com que saiamos, é o medo que
faz a semente esconder-se na terra e o destemor que traz o broto a vida… e assim podemos enumerar diversos exemplos…
Um guerreiro está sempre preparado, concentrado e atendo, por isso é desaconselhável tentar `pregar’ um susto em um guerreiro, quem sai assustado pode ser você, por que o corpo do guerreiro não é condicionado ele pode responder de maneira não convencional, lembre que um guerreiro recebe treinamento para descondicionar seu corpo, manter independente e natural sua respiração, vazia sua mente, e pacificada suas emoções, um guerreiro compreende e sabe que a arte do Poder Interno é a Arte de Viver, e tem isto como principio em sua existência.
A linhagem de mestre e discípulos.
Existe um código interno, que nunca é falado, por isso não vou falar sobre isso, só direi que este código é o que `liga’ discípulo e mestre, e só cabe a estes, ainda que seja comum a todos, não pode ser compreendido sensorialmente, só pela percepção que é uma faculdade da consciência.
Existe um referencial externo, que são todos os guerreiros de todas as civilizações já existentes, da qual bebemos de sua fonte para o desenvolvimento do guerreiro, atentos para não cair na falácia das palavras que deturpam o significado original das mesmas, por ex. ser guerreiro não é ser violento, fazer guerra não é criar brigas e intrigas, como erradamente se interpreta e aplica nos dias de hoje.
Fim da palestra.
O guerreiro é aquele que vence o combate sem necessidade de brigar, mas sim lutando.
Em combate quem luta, …
…luta para aprender, não há portanto vencedores ou vencidos, quem briga, briga para ganhar
…na luta existe uma agressividade criativa, na briga a agressividade é patológica
…na luta há criação, na briga destruição
…na luta há superação de conflitos internos e externos, na briga há provocação de conflitos
…na luta há busca de harmonia, na briga busca de poder
…na luta há um complemento entre os adversários, na briga há oposição de adversários
…na luta o benefício é comum, na briga o benefício é egoísta.
…na luta há vida e amor, na briga há morte e ódio.
A luta enaltece , a briga envilece.
(Extrato do Livro de Arte marcial filosófica – Artes marciais – a via psicossomática – de Fco. Andrés Taboada. pg43)
Gostaria de conversar com vc sobre esse post. Me mande um email a pessoa que publicou. Me contate no email. Grato
Carlos
Oi Carlos,
Pode conversar aqui ou se preferir pode nos enviar um email: arauto.do.futuro@gmail.com
Eu que agradeço sua prestimosa visita!
Gostei!
Parabéns!
Muito esclarecedor!Ainda hj havia conversado c minha mestre
sobre “medo”.Adorei!Obrigado por compartilhar!
Nós que agradecemos!
Somos o que compartilhamos!
Estou a procura de um mestre. Não sei se foi coincidência encontrar tantas pessoas com o mesmo objetivo de melhoramento interior desde que iniciei essa busca, mas acho que estou prestes a encontrar o que procuro. Vi uma entrevista do Sr. Talal em uma revista e fiquei comovida. Gostaria de manter contato. Aceito direcionamento.
Grata
gostei da informação.