O ESPÍRITO DA ÉPOCA.
O ESPÍRITO DA ÉPOCA.
Os deuses não andam entre nós
para não ser endeusados,
preferem a iconoclastia à devoção cega
que nossa humanidade parece disposta a oferecer.
Sobre esta cegueira
se moldam líderes com aparência de iluminados,
mas o que haveria de elevado nestes?
Um dia estão aqui e amanhã desaparecem
e todo o trabalho que tiveram para criar
e sustentar o personagem será levado pelo olvido.
Destruir os ídolos é o espírito de nossa época,
para nos livrar de dogmas
e aprender a pensar por nós mesmos e, assim,
respeitar o que deve ser respeitado
e superar o que precisa ser superado.
O espírito de nossa época é nos organizar
porque assim o desejamos e não porque sejamos
a base da pirâmide em cuja ponta
se instala um parasita que se auto-intitula líder.
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Dizer a verdade é uma obrigação quando as condições de tempo e lugar se tornaram presentes. Abster-se de cumprir essa responsabilidade implicaria em culpa, essa batata quente que ninguém quer segurar.
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Neste momento será propício você assumir a responsabilidade de atender todos os pequenos detalhes que garantiriam que tudo continuasse correndo da melhor forma possível. Nada de delegar, seja responsável.
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Tome para si a dura tarefa de colocar em prática as decisões polêmicas que todo mundo sabia que deviam ser tomadas, mas ninguém se atrevia a dar o passo necessário, com temor de criar alvoroço ou receber críticas.
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Cada desejo realizado é um mundo novo para você administrar, algo que, inevitavelmente, reduzirá seu tempo livre e ocupará espaço, exigindo recursos materiais e energéticos para ser administrado. Você pensou nisso?
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Faça o que deva ser feito, doa a quem doer. Neste momento, não seria sábio ter pruridos ou pudores a respeito do que a necessidade manda fazer. Melhor desagradar as pessoas do que contrariar o destino.
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No fim e apesar de todas as promessas, sua alma descobrirá que estava só a maior parte do tempo. Chegou a hora de equilibrar o jogo, de colocar as coisas num caminho de maior justiça, onde o compartilhar seja fundamental.
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Certas conquistas foram realizadas, mas este não é o fim do caminho, é apenas o início de um longo e tortuoso destino. Por isso, em vez de dilapidar sua vitalidade celebrando, comece logo a traçar novos planos.
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Pretenda o melhor, reserve a força dos seus desejos para ir atrás do que eleve sua vida e melhore a das pessoas com que você se relaciona. Se os desejos não resultarem nisso, então é melhor reconsiderar tudo.
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Liberte todo mundo de você e então experimentará a verdadeira liberdade! Não se pode pretender ser livre enquanto se amarra várias pessoas por meio de críticas e comportamentos ofensivos e cotidianos.
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Nunca se subirá o suficiente na vida para abandonar tarefas relativas à vida doméstica e cotidiana, nunca! Aliás, convencer-se de que subir na vida significaria isso resultaria numa vida baseada em ilusões.
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Uma vida nova não aconteceria automaticamente. Só o passado se reedita automaticamente e para que isso não aconteça mais, será necessário você lhe fazer frente e cortar os laços com as pessoas que o representam.
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As atitudes desleixadas das pessoas próximas causariam graves transtornos a você também. Por isso, não seria indecente intervir diretamente para isso não acontecer, ainda que a atitude não seja bem recebida por ninguém.
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Fonte: Quiroga
Um verdadeiro líder sabe enxergar as necessidades reais de um coletivo, sabe agregar e conjugar as forças de composição do mesmo, não considerando ninguém superior ou inferior, mas considerando indivíduos dotados de talentos e carasterísticas distintas, cada qual necessária à uma etapa daquilo que se objetiva para o bem do conjunto. Como um maesto diante de uma orquestra, entende o poder e alcance de cada músico e seu instrumento de expressão, conjugando os mesmos para um objetivo harmonioso e proveitoso que não alcançariam sozinhos.
Em resumo, tem visão e consciência das necessidades reais da coletividade na qual está inserido, sabendo compartilhar essa visão e ainda elaborar formas de ação adequadas. Sua visão é sensível e procura o que faz bem para todos, não apenas para si mesmo, jamais usando o coletivo como uma desculpa para se empoderar, em detrimento dos demais.
Creio que o mundo não suporta mais senhores feudais, coronéis ou políticos que se vendem como qualquer mercadoria, para depois de eleitos tratarem-nos também como mercadorias. O destino destas falsas lideranças, destes aproveitadores de plantão, é serem cobrados minuciosamente, a ai deles se não derem conta, do que prometeram dar conta. Verdadeiros líderes não fazem promessas, antes esclarecem sobre os desafios da realidade.